Texto e foto: Abel Castro
. "Movimentos" de um milhão e quinhentos mil euros!!!
FafeDesportivo foi contactado por José Fernandes "Zeca", no sentido deste ter manifestado a vontade de tornar pública a situação actual do GD Travassós, clube que vive em águas agitadíssimas e onde o ex-Presidente vem contar toda a verdade, como o próprio referiu.
"Estou profundamente triste em ver como as pessoas abordam a última época do GD Travassós, até porque os problemas no clube já remontam ao ano 2012, numa altura em que eu nem sequer era o presidente, mas sim um amigo do clube e um patrocinador, apesar de ser vice-presidente apenas no papel.
Nos últimos três anos liderei o clube, com excepção dos últimos três meses da época passada, porque senti que estava tudo praticamente no fim. Aqui, quero agradecer aos jogadores e à equipa técnica, que foram grandes homens, com amor à camisola e não por dinheiro, e não como é constado que os jogadores de Guimarães vinham para Travassós por causa do dinheiro, isso não é verdade.
As pessoas agora interrogam-me acerca da situação difícil do GD Travassós, mas esquecem-se que em 2011 e 2012 os problemas começaram com o Artur Castro e com o Filipe Silva e outro senhor que eu tinha como grande homem, que era o sr José Silva, este o grande responsável pela situação actual do GD Travassós.
Fala-se num buraco de um milhão e quinhentos mil, que não é real, mas não está longe de corresponder à verdade. Para mim é triste e vergonhoso, porque sou um homem honesto que lida com grandes negócios há vários anos. Havia gente com vontade em resolver os problemas do clube, como é o meu caso, mas havia outras que pensavam ao contrário.
Fui alertado por um amigo funcionário bancário, que me disse que havia anormalidades nas contas do clube. Então tomei a iniciativa de enfrentar o Artur Castro, o José Silva e o Filipe Silva e verifiquei que havia várias dívidas de montantes elevados.
A Câmara Municipal de Fafe ajudou-nos imenso, com a atribuição de um subsídio de 350.000,00 euros e essas pessoas aproveitaram-se desse dinheiro que era do clube, para o aplicar em negócios pessoais.
Sinto-me triste por sair da forma que saí e ainda por ver o clube parar desta forma, que para mim é vergonhosa. Sou conhecido em Fafe e por essa Europa fora e quem me conhece sabe que não sou homem de virar as costas a nada nem a ninguém. Mas fi-lo porque senti que estava a ser acobardado e o clube também.
Faço um apelo às pessoas de Fafe para que tenham cuidado com os nomes que citei, porque pela primeira vez na minha vida eu tive alguém que falsificou a minha assinatura.
O Travassós não fechou as portas por causa do José Fernandes nem pelas pessoas de Guimarães que representaram o clube. O clube pára, porque as pessoas que cometeram os erros devem vir para a praça pública assumi-los, para depois serem punidas pelo que fizeram, porque se aproveitaram do clube para limpar a imagem deles.
Mas para além do meu trabalho no clube, eu também devo salientar o grande homem que é o Rui Castro. Esse homem foi correcto e esteve comigo até ao último dia.
Eu nunca quis protagonismo por causa do Travassós, porque o protagonismo que tenho é sobejamente reconhecido e considerado em França.
Volto a referir que o Sr. José Silva, Sr. Filipe Silva e Sr. Artur Castro movimentaram na conta do Travassós um milhão e quinhentos mil euros.
Ás Finanças há uma dívida de 140.000 euros.
Fui obrigado a fazer uma queixa crime contra os senhores Artur Castro, José Silva e Filipe Silva.
Volto a referir que é vergonhoso saber que falsificaram a minha assinatura no Banco, onde nem sequer eu tinha o meu nome, do qual se aproveitaram. É uma das maiores desilusões da minha vida enquanto homem.
Espero que se faça justiça e se eu fosse juiz punia severamente essas três pessoas.
Quanto ao futuro, estarei sempre disponível para o Travassós, mas para estar com total clareza, respeito, humildade e honestidade, porque não sei estar doutra forma.
Nunca me posso esquecer do grande apoio da Câmara de Fafe. Foi esta Instituição que nos deu o dinheiro para que o clube tenha as excelentes instalações hoje tem. Estou muito grato à Câmara Municipal de Fafe.
Psicologicamente sinto-me muito traído pelas pessoas, porque financeiramente sempre ajudei o Travassós sem prejudicar a minha vida pessoal. O que gastei está gasto e não guardo rancores, porque é o meu clube e o clube da minha terra.
Chegar aos cafés de Travassós e ouvir da boca dos travassolistas que eu fui o culpado pela grave situação do clube, custa-me imenso. Porque nunca me canso de referir que fui profundamente traído.
Esta é a verdade, a pura verdade de tudo o que se passou e passa no GD Travassós, e eu solicitei esta entrevista para que todos os travassolistas, os fafenses e o mundo saibam toda a verdade.
Como disse, só espero que seja feita justiça e um dia, quem sabe, poderei regressar à Direcção do GD Travassós sem que seja necessário o clube mudar de identidade ou nome" referiu José Fernandes.
